O Oceano no Fim do Caminho

Titulo: O oceano no fim do Caminho.

Titulo Original: The Ocean at the end of the Lane.

Autor: Neil Gaiman.

Editora: Intrínseca.

Páginas: 208.

Nota: 4/5.

“Uma fábula assustadoramente PERFEITA!”

No prólogo, que foi o ponto de inicio para me apaixonar pela escrita de Gaiman, somos apresentados a o retorno de um homem, já adulto, com mais ou menos 40 anos, a fazenda que ele vivenciou inúmeras aventuras na sua infância: A fazenda das Hempstock, que ficava próximo a sua casa. Após uma tragédia com o carro da família, e a partir daí somos ‘teletransportados’ as lembranças da infância de Gaiman.

O homem naquele tempo tinha 7 anos, e um habitual dia, porém, eles não imaginavam que o carro do seu pai, estaria no fim da rua, e com um corpo dentro. O falecido usou o carro da família para se matar. Foi neste momento que ele conhece Lettie, uma garota de 11 anos, que mora na fazenda no fim da rua.

Na fazenda, Lettie tem um lago no fim da casa, porém, antes de alguém quiser discordar, para ela, SEMPRE SERÁ UM OCEANO, e que no final do livro, vemos que TUDO faz jus a seu pensamento. Juntos, vivenciam momentos que vão além da compreensão humana, momentos assustadores, mágicos, e que faz o leitor perceber que Lettie demonstra bravura, o que não encontramos tão facilmente em uma menina de 11 anos, e é perceptível que ela não tem a idade que diz, ela tem uma alma velha, uma alma conhecedora, de pouco mais de 1000 anos.

O que me encantou no livro foi como as lembranças do menino são melancólicas, e trágicas. Ele demonstra um garoto que não entende os adultos, e prefere se perder no mundo dos livros, por isso, vemos que Neil cita DIVERSOS trechos de livros, autores, e o desentendimento com o pai, a empregada, e os adultos presentes na narrativa.

O que pode levar algumas pessoas a ‘desgostar’ do livro é que as experiências fantasiosas no livro não são explicadas ao leitor, ou seja, ninguém sabe a origem, o porquê daquilo, o que deixa o leitor curioso, e para alguns, sem lógica. Porém, não tive problema com isso, em minha opinião, não tirou o brilho da narrativa de Neil. Mas, você tem que aprender a deixar a lógica de lado.

Sem dúvidas, um livro bom, não esbanja grandiosidade, ensinamentos, mas nos faz refletir sobre nossa infância. Uma leitura rápida, e nostálgica, que nos faz conhecer um pouco mais sobre o universo ‘louco’ de Gaiman.

“Esse é o problema com as coisas vivas. Não duram muito. Gatinhos num dia, gatos velhos no outro. E depois ficam só as lembranças. E as lembranças desvanecem e se confundem, viram borrões... “ (p. 58).