3 de janeiro de 2014

O Diário de Anne Frank


O Diário de Anne Frank tem me despertado curiosidade há muito tempo e sempre foi o livro que eu mais quis ler. Agora, me sinto realizada. Sou fascinada por histórias da Segunda Guerra Mundial (odeio Hitler com todas as minhas forças), e esta em especial foi a que mais me deixou empolgada e envolvida.


Anne Frank nasceu em 12 de junho de 1929. Judia, teve de sair de seu país quando Hitler subiu ao poder e começou a perseguição aos judeus, e viveu normalmente na Holanda por um bom tempo. Ao completar 13 anos de idade, Anne ganha um diário de presente e decide contar tudo ao mesmo, como nunca contou a ninguém. No início do diário, ela narra alguns dos seus dias em que vivia em casa, ia para a escola e conversava com seus admiradores.

"Ter um diário é uma experiência realmente estranha para uma pessoa como eu. Não somente porque nunca escrevi nada antes, mas também porque acho que mais tarde ninguém se interessará, nem mesmo eu, pelos pensamentos de uma garota de 13 anos."

   Porém, tudo muda quando seu pai (ao qual ela chama de Pim) anuncia que eles devem se refugiar escondidos no anexo de seu escritório. Sem opção por causa da grande perseguição aos judeus, Anne, os pais, sua irmã Margot, e ainda uma família amiga, saem de suas casas para viverem no Anexo Secreto, como chamam a parte do escritório em que se refugiam. Anne relata que o fato de estar presa lhe chateia, além de estar sempre aterrorizada com medo do esconderijo ser descoberto e todos que ali se encontravam fossem mortos a tiros.

"- No amor e na guerra tudo é permitido."

   Uma das coisas que mais me impressionou foi que, mesmo vivendo numa época um tanto distante, Anne também tem as mesmas dúvidas e sentimentos que uma adolescente da época atual. Me identifiquei muito com ela em diversos aspectos e — como sempre acontece quando leio um livro — me apeguei à personagem. A cada página que li, vi a angústia que era para Anne viver ali presa, com medo de ser descoberta e morta. Sem perder as esperanças e ainda conseguindo ser humilde, muitas passagens citam as crueldades que os nazistas faziam com os judeus. Pessoas sem coração matando e maltratando outras que nenhum mal lhe fizeram.

"Para mim, as lembranças são mais importantes do que vestidos."

   Não é apenas um relato de uma adolescente sobre a guerra, não, mas sim um relato de uma menina sobre tudo o que acontece ao seu redor. Coincidentemente, Anne começou a escrever o diário no período da Segunda Guerra Mundial, mas mesmo falando do quão difícil é aquele momento, ela não deixa de ser uma pessoal normal tentando sobreviver àquele pesadelo. O fato de ser um diário não dificultou em nada, pelo contrário, é interessante saber a frequência com que ela escrevia e como os dois anos passam rápido na leitura.

   Uma das piores partes é que, mesmo sabendo que ela morre, é fácil se apegar e, por isso, sofri ao saber que três dias depois da última página que escreveu em seu diário, Anne Frank e todos que também se escondiam no Anexo Secreto foram presos e levados para diferentes lugares, morrendo depois. O único que se salvou após tudo isso foi Otto Frank, pai de Anne, o qual recebeu o diário por Miep Gies, uma das pessoas que ajudou a família a se esconder. Miep havia guardado as folhas encontradas pelo chão junto com Bep Voskuijl.

"Fico apavorada quando penso em amigos íntimos que agora estão à mercê dos monstros mais cruéis que já assolaram a terra. E tudo porque são judeus."


   Creio que esse seja o livro que todos deveriam ler algum dia, sem hesitar. É histórico e, sem dúvida alguma, um dos melhores que já li.

Título: O Diário de Anne Frank
Título original (holandês): Her Achterhuis
Autor: Anne Frank
Editora: BestBolso
Páginas: 373
Nota: 5/5



14 comentários:

  1. Aiii esse livro não é perfeitamente lindo e triste?
    Eu só o li recentemente, mas fiquei fascinada, principalmente porque a todo momento eu me pegava pensando "lembre-se que isso é REAL, não é ficção", o que me dava uma sensação esquisita.
    Também sou fascinada por histórias de guerra, porque Hitler foi um inimigo da humanidade, mas que deixou reflexões profundas para as gerações que vieram e virão (também o odeio).
    Comprei o livro "Depois de Auschwitz", escrito pela irmã de Anne. Espero que seja tão bom quanto esse.
    Beijos

    Meu Meio Devaneio

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Concordo com você, Soraya. Também me peguei lembrando a mim mesma que era real, e isso dá um aperto no coração...
      Agora que você falou sobre esse livro, Depois de Auschwitz, já estou procurando-o, porque parece ser super interessante.
      Beijos,
      Ayanna

      Excluir
  2. Eu ameeeeeeeeeei este livro de todas as formas!
    Foi uma leitura obrigatória que me conquistou em cheio.
    Adoro tudo o que se passa na época da guerra e essa história me fez gostar mais ainda!
    Parabéns pela resenha!
    Beijos,
    Marcela.
    ocantinholiterario.blogspot.com

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigada, Marcela! Também amei o livro; uma leitura obrigatória porém maravilhosa.
      Beijos,
      Ayanna

      Excluir
  3. Esse livro é emocionante e, realmente, não tem como não se apegar à Anne, mesmo sabendo de seu destino, mesmo sabendo do desfecho do livro.
    E, aliás, o desfecho me foi surpreendente, até. Não sabia que ela morreu de sífilis, ao invés de numa câmara de gás. O que é ainda pior, talvez, porque ela contraiu a doença no campo de concentração pela miséria em que vivia, e deve ter sofrido muito mais do que o pânico gerado numa câmara de gás, com uma morte mais rápida, provavelmente. Enfim, quem sou eu para dizer o que é melhor ou não nisso tudo, certo? Só fiquei ainda mais triste por ela, por saber da causa de sua morte (que foi pouco tempo antes da guerra acabar - mais triste ainda).
    A parte que eu realmente me emocionei - e a única em que chorei - foi quando vi que o diário acabou e depois o final dela sendo narrado sem que ela mesma estivesse me contando. É de cortar o coração.
    Amei a sua resenha! Meu Deus, como é bem escrita rs (me espanto quando me deparo com uma resenha em escrita)
    Ah, e eu vim através do nosso grupo lá no Face, que a Raquel criou :)

    Beijo!
    Mell Ferraz
    http://www.literature-se.com/

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Muito obrigada, Mell! Incrível ver que pensa o mesmo que eu, porque fiquei extremamente triste ao saber que Anne morreu pouco antes do fim da guerra e poderia ter se salvado... É emocionante.
      Beijos,
      Ayanna

      Excluir
  4. Caramba, sou louca pra ler esse livro. Sempre que leio alguma resenha sobre ele ou vejo ele lá na loja eu fico toda "quero ler, quero ler, quero ler", mas é complicado, acho que preciso pegar ele num dia bom pra mim, sabe? Por que pelo que me conheço, se eu não estiver com feeling com ele, vou começar e largar. :( E não quero fazer isso com esse livro, ele me parece ser tão bom.

    Enfim, ótima resenha. Parabéns! ^^

    Beijos.
    http://lullabyforju.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigada, Júlia! Com certeza é um livro que vale a pena ler, e é daqueles que a gente "devora", sabe? Você vai adorar.
      Beijos,
      Ayanna

      Excluir
  5. Eu sou louca para ler o livro...
    E vendo agora cada uma das palavras que escreveu e todas essas partes tiradas do livro me fizeram pensar o pq enrolo tanto para ler...
    Talvez por medo não sei...
    Uma dica leia A vida em tons de cinza se passa na mesma época e é narrado por uma menina da Lituânia...
    Não é verídico, mas é muito real...
    Quando você falou que odeia Hitler eu lembrei de uma passagem no livro onde todos ficam contentes pq Hitler invadiu a Lituânia e eles creem que ele irá salva-los de Stalin...
    Infelizmente eles não sabiam quem Hitler era de verdade...
    Parabéns pela resenha...

    Beijos...
    http://ceciliabraz.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigada, Cecilia! Vou procurar imediatamente A Vida em Tons de Cinza, porque sou fascinada por essas histórias. Hitler foi, com certeza, um dos maiores monstros - se não o maior - que já assolaram a terra, como Anne cita.
      Beijos,
      Ayanna

      Excluir
  6. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi, Carla! Obrigada. Também tive algumas leves decepções (talvez com algumas atitudes de Anne), mas nada que comprometesse minha impressão final do livro. Estou à procura de mais livros sobre o tema, pois gosto muito.
      Beijos,
      Ayanna

      Excluir
  7. Meu deuzio eu ainda não li esse livro! Na real eu não tenho muito interesse nesses relatos de guerra, mas este é um clássico que precisa ser lido por todos (quem sabe eu mudo de opinião sobre o gênero quando ler?). Gostei do pooooooooooooooooost ficou lindão :D

    Beijo!

    Raquel
    www.pipocamusical.com.br

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigada, Raquel! Por mais que seja um relato de guerra, é bem interessante. Creio que vá gostar :)
      Ótimo vê-la por aqui.
      Beijos,
      Ayanna

      Excluir

Então, vamos conversar?

Copyright © 2015 | Design e Código: Sanyt Design | MODIFICAÇÕES POR ITALO HENRIQUE E CÁSSIA VICENTIN | Tema: Viagem - Blogger | Uso pessoal • voltar ao topo