Branca como o leite, vermelha como o sangue

Branca como o  leite, vermelha como o sangue é um daqueles livros que fazem nós, blogueiros, sofrermos para fazer resenha. É incrível como esse livro me captou. Indicado pela Luara, do Estante Vertical, fui sem expectativa alguma, ao menos tinha lido muito sobre o livro, apenas passei os olhos rapidamente pela sinopse.

Leo é o típico adolescente apaixonado. De bem com a vida, tem seus olhos voltados para Beatriz, a garota do cabelo vermelho. Deu pra perceber as cores no título, não? Ele é completamente obcecado por cores, e isso torna a história tão singela, metafórica. Ela não sabe, eles não são próximos, o que dificulta o amor deles existir.

"Não tenho nada a dizer, porque, quando não existe o amor, as palavras acabam".

Para ele, o branco é como o fim, é um sinônimo pessoal para coisas ruins. Como se tudo tivesse acabado. Ele teme, ele não suporta essa ideia.  É então, que um dia, a menina dos cabelos vermelhos é afetada pelo branco. E o nosso protagonista se vê num dilema de sonhos e coragem.

Eu estou parando aqui para não contar nada que não devo. Esse livro é um misto de tanta coisa, que realmente você consegue sentir todo o leque de sentimentos dos personagens.

O livro possui uma singela graça poética. Em cada minúsculo capítulo, escrito em primeira pessoa, ele consegue colocar cada emoção do nosso protagonista. Cada sentimento, cada revolta adolescente que ele passa, o seu dilema pessoal com o mundo. Achei Leo um personagem muito real, foi um ponto que achei bem interessante, o autor colocou tudo que um adolescente tem, suas dúvidas, seus atos, seus pensamentos, isso tornou tudo tão próximo. Sem dúvidas, ele foi muito bem construído. Você realmente torce por ele, para decidir o que irá fazer, para que ele não perca seus sonhos, é intenso como adquirimos empatia com um personagem logo nas primeiras páginas.

"Eu, que diante de um erro gostaria que a vida tivesse a tecla rewind. Só que a vida não tem essa tecla. A vida segue do mesmo jeito, continua tocando, quer você queria ou não, e você só pode aumentar ou baixar o volume. E tem que dançar. O melhor que puder. Mas de algum modo, agora sinto menos medo dela".

Mas o prêmio de melhor personagem não vai pro Leo, e sim, pro seu professor — O Sonhador. Eu gostei do modo como ele foi inserido na narrativa para ajudar Leo,para amparar e ensinar muita coisa sobre a vida.

Branca como o leite, vermelha como o sangue foi uma das grandes surpresas desse ano. É de uma leitura muito fluída (tanto é que, li em 2 dias), você realmente entra na história. O livro é escrito como um diário, baseado nas experiências da sua vida. Ao primeiro olhar, é simples? É, mas se aprofunda de um jeito incrível. A maestria que D'Avenia tem para escrever me surpreendeu, a escrita é leve, e cheia de detalhes, metáforas, e você se apaixona rapidamente.

Queria ter mais palavras para expressar esse livro, mas não consigo. Leiam, conheçam o Leo. Vocês não vão se arrepender.

Título: Branca como o leite, vermelha como o sangue.

Autor: Alessandro d'Avenia.

Editora: Bertrand Brasil.

Páginas: 368.

Avaliação: 5/5