Na ilha, de Tracey Garvis Graves

Na Ilha nos apresenta dois personagens principais: Anna Emerson — uma professora de inglês de trinta anos com vida estável, o mesmo namorado há um longo tempo e satisfeita com a profissão que escolheu — e T.J. Callahan — um garoto de 16 anos com câncer em remissão. Por causa da doença, perdeu diversas aulas em um ano na escola e, de acordo com o que foi decidido pelos pais, terá de passar o verão nas ilhas Maldivas, um lugar paradisíaco, estudando com uma professora particular — Anna — para pôr em dia os conteúdos e voltar à escola depois das férias. T.J., claro, só queria permanecer em Chicago e aproveitar o verão com seus amigos; enquanto Anna vê tudo isso como a chance de passar um tempo longe e reavaliar sua vida.

Para chegar ao destino exato, porém, eles precisam da ajuda de um hidroavião que os levará até a casa. É nesse momento que o improvável acontece: o avião, onde estavam só eles e o piloto, cai. Machucados e perdidos na água, T.J. e Anna tentam sobreviver até conseguirem chegar a uma praia que, na verdade, é uma ilha totalmente deserta. E agora, o que fazer? Sem os seus pertences que estavam dentro das malas lançadas ao mar na queda, os dois não têm nada além do bote salva-vidas.

"Não conseguia me imaginar correndo agora. Mesmo que tivéssemos alimento suficiente para justificar, correr em volta da ilha iria fazer eu me lembrar de um hamster em uma roda. Correr e não chegar a lugar algum."

Tracey Garvis Graves me surpreendeu — o livro foi uma das melhores descobertas do final de 2014. A escrita da autora não é cansativa e, apesar de se passar em uma ilha, sempre há novas descobertas que nos fazem querer saber como eles vão contornar os problemas e tentar permanecer vivos. Se houve alguma parte que me deixou menos empolgada, esta provavelmente foi depois da metade do livro, o que é até compreensível pelo decorrer dos fatos. Vale ressaltar que a capa do livro é linda, as cores são vivas e eu amo tê-lo em minha estante.

Os personagens e acontecimentos foram abordados de maneira bem real, lidando com dificuldades e necessidades humanas, físicas, apresentando-nos tais sem que tudo parecesse "bom e fácil demais para ser verdade". O modo como os protagonistas criam um laço, como precisam um do outro para conseguir sobreviver por estarem sozinhos e sem ajuda foi também um dos pontos que Tracey Garvis Graves melhor desenvolveu. O livro foi fluindo naturalmente, possuindo momentos estáveis e outros inesperados de reviravolta. Na Ilha não é tão conhecido, entretanto me admirou, e mesmo seguindo a linha do romance, acredito que todos deveriam dar uma chance a esta obra.

"— Eu me importo demais com você, não posso suportar pensar em você se machucando ou morrendo. Só aguento estar aqui porque você está comigo."

Título: Na Ilha

Título original: On the Island

Autora: Tracey Garvis Graves

Editora: Intrínseca
Páginas: 288

Avaliação: 4,5/5