“Talvez você não queira comprar este livro. Eu sei, não se espera que um autor diga esse tipo de coisa. Mas prefiro ser honesto com você logo de saída. Acho justo avisar que esta é uma história um pouquinho estranha. Não gosto muito de dar spoilers , mas basta dizer que esta aqui é… diferente. Não tem um monte de coisas que se espera de uma história clássica. Por outro lado, se você gosta de palavras e mistérios e segredos, este livro tem muito a lhe oferecer. Se sente curiosidade sobre os Subterrâneos e a alquimia. Se deseja conhecer melhor os meandros ocultos do meu mundo…
Bem, nesse caso, talvez este livro seja para você.” – Patrick Rothfuss.
Não é segredo pra ninguém que eu sou uma fã declarada de tudo que Patrick escreve. Sou apaixonada pelos livros da Crônica do Matador do Rei, então não é nenhuma surpresa dizer que amei A Música do Silêncio. Mas, sinceramente, não indico-o pra quem ainda não leu O Nome do Vento e O Temor do Sábio — primeiros livros da trilogia —. Aos que já leram, só posso dizer uma coisa: Auri é tão cativante quanto já se era esperado.
Porém, apesar de tudo isso, A Música do Silêncio arrasta um pequeno clubinho de decepcionados com o livro. Acredito que isso acontece principalmente pelo fato de realmente não ter muitos acontecimentos eletrizantes ou empolgantes, na verdade, devo dizer que o livro é um pouco maçante nas primeiras páginas. Mas se você ama Auri, acredito que vá ler o livro com carinho.
“Dobrou o cobertor cuidadosamente, com mãos gentis. Juntou direitinho as pontas e o manteve reto e correto. Depois, achou o lugar certo para ele na estante de livros e trouxe para perto a pedra lisa cinzenta, para que não lhe faltasse companhia. Faria frio à noite e Auri sentiria falta dele. Mas o cobertor estava feliz ali. Não merecia ser feliz? Por acaso tudo não merecia seu lugar certo?”
É uma estória ambientada nos Subterrâneos, abaixo da Universidade, onde alguns pedacinhos são expostos para nós. Descobrimos um pouco sobre Tinidos, Mandrag, a Porta Negra, etc... e descobrimos que existem dias de achar, queimar, colocar no lugar, e uma infinidade de outros que fazem Auri ser quem é. Ah, se você está esperando um pouquinho de Kovthe (suspiros!) nesse livro, a decepção será sua mais nova companheira. Nosso ruivo mais querido (Os Weasleys que me perdoem) só é citado como "Ele" e é aguardo pra um encontro que já vimos no Temor do Sábio, mas não fique tão triste, Auri é um amorzinho sobre Kvothe.
Gostaria de parabenizar a Arqueiro pela belíssima edição. Essa capa é tão linda que fiquei vários minutos admirando antes de começar a ler. Os tons de azul e a cidade de Imre como plano de fundo, deixaram tudo ainda mais especial.
Enfim, não tenho certeza se A Música do Silêncio foi escrito pra você, mas assim como os demais livros de Patrick, esse merece uma atenção especial. Por isso, se você desistiu da leitura, tente uma segunda vez, você vai acabar descobrindo uma pequenina surpresa no final. Oh, nunca se esqueça: sete dias e três coisas.
"Rodopiou três vezes. Farejou o ar. Sorriu. À sua volta, por toda parte, tudo estava perfeitamente correto. Ela sabia exatamente onde estava. Estava exatamente onde devia estar.”
Título; A Música do Silêncio.
Título Original: The Slow Regard of Silent Things.
Autor: Patrick Rothfuss.
Editora: Arqueiro.
Páginas: 144.
Avaliação: 4/5.
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