2 de março de 2015

Morte Invisível, de Lenne Kaaberbøl e Agnete Friis


Morte Invisível, primeiramente, me conquistou pela capa. E depois a sinopse me fez ansiar cada vez mais a leitura desse livro. A complexidade dos temas abordados nos livros cativa o leitor e o faz refletir sobre muitos assuntos que acontecem no mundo e não sabemos a mínima ideia de como são realizados.

Nina Borg, enfermeira da Cruz Vermelha, é uma mulher corajosa que cuida de pessoas que estão ilegalmente na Dinamarca. Trabalhando com recursos limitados e pessoas assutadas, ela tenta ajudar da melhor forma possível, para que o pior não aconteça. Mas, acaba deixando a família um pouco de lado, o que vem a prejudicar a relação familiar. Ao mesmo tempo que acompanhamos os trabalhos dessa incrível mulher, somos apresentados aos conflitos na Hungria contra Ciganos e imigrantes  que são menosprezados pela sociedade, e considerados uma raça impura.

Fora isso, ainda temos os relatos de Sándor, que tenta preservar a sua vida e a da família quando seu irmão está envolvido em uma enrascada grande. Coletando pistas, acha pistas sobre o garoto, porém, nada é como parece. Intercalando essas histórias, temos um enredo contagiante.

Como eu tinha dito, Morte Invisível é um livro de muitos assuntos. Tendo como principais, a imigração ilegal e o preconceitos, somos levados para uma ambientação diferente, criativa e cheia de surpresas. A única coisa que me incomodou foi que, é muita informação apresentada inicialmente, mas nada que atrapalhe a leitura. Aos poucos você vai assimilando, e sendo levado por esse densos temas.


Eu me afeiçoei muito a Nina, que acho uma personagem admirável. Ela é regada pelo amor a profissão, em cuidar das pessoas, sem esperar algo em troca. É um livro de muitas surpresas, e o título é uma delas. Fiquei surpreendido quando tudo se encaixou, e ela levou a história pra outro patamar.

Lene e Agnete são muito inteligentes na escrita da trama, que se mostra cativante a cada capítulo. É de uma escrita fluída, detalhista, atenta e ao mesmo tempo, regada de suspense. Você nunca sabe o que esperar em Morte Invisível, ainda mais, quando algumas tramas se ligam e você não consegue parar de ler. Os últimos capítulos formam o clímax da trama, que vai se modificando a cada página. Nada se tornou previsível ou mesmo adivinhável, mas sim, parte de um arranjo bem planejado. E é nessas parte que vemos a evolução de Nina durante o livro, principalmente como humana, mãe, pessoa.

Eu gostei do livro justamente por tratar de assuntos nada conceituais no mercado editorial.  São temas difíceis, mas que foram tratados com delicadeza. É uma leitura bacana, com uma crítica social nas entrelinhas que vale a pena conferir.

Título: Morte Invisível.
Autoras: Lenne Kaaberbøl e Agnete Friis.
Editora: Arqueiro (2015).
Páginas: 320.
Avaliação: 4/5.

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