Bem, sou suspeita pra falar de “O Sangue do Cordeiro” porque, na verdade, já comecei a leitura esperando todo o estilo Dan Brown. E, não me entenda mal, as temáticas são até bem parecidas: segredos, Igreja Católica, conflitos políticos internos, personagens conflitantes... Mas o que mais me chamou atenção na trama de Sam Cabot foi, sem dúvida, o toque sobrenatural.
Quem já leu algumas das minhas resenhas, pode confirmar que os livros vampirescos têm marca carimbada no meu passaporte de leitura, por isso não me surpreendo muito quando as características dos chupadores-de-sangue diferem de acordo com a obra. Mas se você é um fã de carteirinha do estilo Drácula, de Bran Stoker, vai encontrar algumas surpresas durante a leitura: vampiros andam quando o sol ainda está no céu, suas características são as mesmas de antes da transformação, não são necessariamente mortos-vivos etc. Mas Cabot traz explicações bastante satisfatórias sobre os vampiros, então tudo ótimo!
“O inalterado se altera; só o transformado se mantém sem transformação."
Agora que já apresentei esses pormenores, vamos à história: 600 anos antes, a Igreja Católica e os Noantri (Vampiros) selaram um acordo de convivência pacífica, nomeado de Concordata. Mas esse acordo gerou antipatia de grupos vindos dos dois lados. Certa vez, o Noantri Mario Damiani rouba a versão do Vaticano e deseja torná-la pública, exibindo assim os vampiros que vivem desde sempre no anonimato. Porém seu plano vai ao fracasso quando os próprios Noantris o matam.
Contudo, antes de morrer, Mario envia o documento para uma amiga, que também falece, vítima de um naufrágio, e a cópia do Vaticano se perde e nunca mais volta a ser encontrada. Até que, em 2012, outro Noantri afirma saber onde está o documento perdido, e ameaça a sociedade vampírica para que ela revele a Concordata para o mundo, ou ele fará isso com a versão do Vaticano.
Os Noantri convocam Lívia para recuperar a cópia das mãos de Jonah, e se falhar nessa missão, deverá então matar o traidor, que por sinal é sua ex-paixão.
O Vaticano também toma suas medidas e convoca o Padre Thomas Kelly para se engajar na busca do documento, mas em nenhum momento diz do que se trata. Por isso, quando Kelly conhece Lívia e desvenda esse mistério, fica completamente atordoado ao saber da existência dos vampiros.
“O padre continuava perto da porta, frustrado, furioso e pronto para sair. "Ele nunca vai entender o que está em jogo se não souber a verdade", Livia afinal admitiu para si mesma. Olhou para Spencer em busca de ajuda, mas ele continuava com o manuscrito, perdido em suas páginas, como se ela e Thomas não estivessem ali."
Os dois começam uma busca implacável pela Concordata e se envolvem em mistérios e intrigas que nós, meros leitores, nunca poderíamos imaginar.
Pra mim foi realmente difícil separar ficção da realidade, porque muitas vezes dava pra acreditar na existência dos Noantris. A trama é completamente eletrizante e você não consegue largar por nenhum minuto. Outro ponto importante são os lugares que Cabot descreve com perfeição, e como sou apaixonada por isso, estava sempre dando uma pesquisadinha nas Igrejas que o livro cita.
Embora tenha entrado na narrativa com minhas perspectivas Brown, fiquei alegremente surpresa quando consegui discernir e apreciar o trabalho desses dois fenomenais autores. Enfim, indico Sangue do Cordeiro sem nenhuma restrição, e espero que o fim do livro te deixe de queixo caído, completamente sem fôlego, como me deixou.
Título: O Sangue do Cordeiro.Editora: Arqueiro (2015).Autor: Sam Cabot (sob pseudônimo).Páginas: 368.
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